Dr. Lúcio Ernlunda em entrevista para Gazeta do Povo

Dr. Lúcio Ernlund em mais uma entrevista sobre a Copa 2018 para Gazeta do Povo

Jatos d´água e frio extremo: como os jogadores recuperam os músculos depois da partida

Por conta dos exercícios intensos e do pouco intervalo entre as partidas, atletas precisam de recursos extras

As partidas de futebol na Copa do Mundo não são qualquer jogo. Além da exigência técnica por competir com as melhores seleções, a maioria dos jogadores não têm descanso e passa os 90 minutos da partida correndo de um lado a outro do campo.

Estimativa da revista especializada em corrida Runner’s World calculou que o Cristiano Ronaldo, por exemplo, atingiu um pico de 33,98 km/h nas partidas da primeira rodada desta Copa do Mundo na Rússia. Em comparação, o corredor jamaicano Usain Bolt fez uma média de 37,5 km/h, nos 100 metros rasos, quando conquistou o recorde mundial.

Tamanho impacto em campo causa um estresse nos músculos dos atletas, que precisam de uma recuperação digna antes das próximas partidas. A seleção espanhola divulgou, no perfil oficial da rede social digital Twitter, o que faz depois de cada jogo: jatos de água intensos e muito frio.

Em um dos vídeos compartilhados pela equipe, o jogador Daniel Carvajal aparece tomando um banho com jatos de água, chamada de “terapia com jatos d’água”: água atinge toda a musculatura do jogador e deixa as costas avermelhada.

Outro vídeo, lançado na rede anteriormente, mostra os jogadores Sergio Ramos e Lucas Vazquez entrando em uma câmara de crioterapia – onde a pessoa é exposta a temperaturas -100ºC. Munidos de toucas, luvas e máscaras para facilitar a respiração, mas nenhuma roupa, os jogadores caminham, um a um, para a câmara. Cada um permanece cerca de dois minutos dentro do local – período máximo permitido.

Como isso ajuda o jogador?

Crioterapia, jatos de água, massagens, botas pneumáticas compressivas (que vão do pé até a cintura do atleta) e fototerapia são algumas das técnicas disponíveis para as seleções ajudarem os atletas na recuperação muscular. Cada uma dessas terapias tem o objetivo principal de diminuir as microlesões musculares provocadas pelas práticas esportivas intensas, seja um jogo ou mesmo um treino.

Todo atleta que faz um exercício em excesso acaba fazendo pequenos machucados que são melhor vascularizados quando colocados no frio. [Essas técnicas] são um tipo de prevenção para evitar lesões”, explica Lúcio Ernlund, médico ortopedista, diretor do Instituto de Joelho e Ombro, em Curitiba, e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte (SBRATE).

As terapias foram evoluindo ao longo dos anos, conforme explica Gustavo Resende, fisioterapeuta do esporte, membro da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e da Atividade Física (SONAFE):

“Alguns clubes [de futebol] têm a crioterapia por imersão, onde o atleta mergulha em um local com água gelada, com a temperatura controlada, e por pouco tempo. Outros já usam as câmaras de frio. Há também o uso de laser no músculo. A ideia é que o músculo não sinta tanta dor depois do exercício e esteja recuperado para a próxima”, explica o também ex-fisioterapeuta do Coritiba.

 

Fonte e Matéria completa : https://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/saude-e-bem-estar/como-jogadores-recuperam-copa/