CIRURGIA MINIMAMENTE INVASINA JOANETE

O joanete é uma deformidade do pé em que o primeiro metatarso apresenta um desvio para dentro, de maneira que o hálux (dedão) desvia-se para fora, formando uma tumoração dolorosa nesta articulação, que é o joanete propriamente dito.

As primeiras técnicas cirúrgicas de correção de joanetes datam de 1836, e nestes quase duzentos anos, muita coisa mudou.

O joanete é um motivo comum de consulta ao ortopedista, afetando de 23 a 36% da população, e sua incidência aumenta com a idade.

A correção meramente cosmética não é indicada, mas orienta-se a cirurgia em caso de dores importantes e em casos de deformidades.

A técnica cirúrgica baseia-se em osteotomias. Isso significa que o osso é serrado – o joanete é ressecado e também se faz um corte no osso corrigindo sua posição, normalmente fixando-o na posição correta com um pequeno parafuso.

Desta maneira, o paciente precisa ter cuidados especiais no pós-operatório, até que o osso consolide (cole) na posição correta, devendo utilizar calçados ortopédicos, não realizar apoio total do pé ao chão e abster-se de atividades físicas e laborais por cerca de 6 semanas.

Atualmente, porém, dispomos da técnica percutânea de tratamento cirúrgico do hálux valgo, ou MIS (do inglês “minimally invasive surgery” – cirurgia minimamente invasiva). Com ela, ao invés do tradicional corte na pele de cerca 5 a 10 cm, são feitos pequenos orifícios de 1 cm, pelos quais são introduzidos os instrumentos necessários para realizar as osteotomias e fixá-las.

Sendo assim, o paciente beneficia-se de uma cirurgia mais rápida, com menor tempo de permanência hospitalar, mínima lesão de partes moles (músculos e ligamentos, nervos, vasos sanguíneos e tendões), cicatrização mais rápida e principalmente, possibilidade de apoio e deambulação já no primeiro dia após realizar a cirurgia, prevenindo inclusive complicações como trombose.

Se você tem dores relacionadas ao joanete, com certeza existe um tratamento para lhe ajudar.

Não deixe que a dor lhe impeça de ter mais qualidade de vida quando há uma solução, procure seu médico ortopedista e saiba mais sobre a correção da joanete!

Referências:

http://legacy.aofas.org/PRC/conditions/Pages/Conditions/Hallux-Valgus.aspxWritten – AOFAS (Rebecca Cerrato, MD and Nicholas Cheney, DO, Thomas Harris, MD).
Controversies and Trends in United Kingdom Bunion Surgery. Harrison WD, Walker CR. 2016, 207–217. http://dx.doi.org/10.1016/j.fcl.2016.01.001 foot.theclinics.com.

👩‍⚕️Por Dra Rosangela Alquieri Fedato Develis⁣ @rofedato
Ortopedista CRM: 27580/PR⁣
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DR LUCIO S R ERNLUND CRM 13519 ⁣⁣⁣⁣⁣⁣⁣⁣⁣⁣⁣⁣⁣⁣⁣⁣⁣⁣
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TERAPIAS CELULARES EM ORTOPEDIA

Dra Rosangela Fedato médica ortopedista membro da Equipe IJO apresenta neste artigo informações importantes sobre as Terapias Celulares em ortopedia:

Terapias celulares são técnicas terapêuticas que consistem no uso de células ou seus produtos para o tratamento de lesões.
A membrana amniótica (parte da placenta), por exemplo, é alvo de estudos em lesões oculares desde a década de 60.
Desde então, inúmeros estudos in vitro (em laboratório) e em animais têm sido conduzidos, utilizando principalmente células-tronco e plasma rico em plaquetas no tratamento de diversas patologias.
As células-tronco são células encontradas na placenta, no embrião e em alguns tecidos adultos, como a medula óssea, que tem a capacidade de renovação e diferenciação em outros tipos celulares, podendo, teoricamente, substituir tecidos lesados por um novo tecido saudável.
O plasma rico em plaquetas é um centrifugado do sangue, rico em grânulos plaquetários, que por sua vez, contém fatores de crescimento e diferenciação celulares que também podem auxiliar na reparação de lesões.
A membrana amniótica é a parte interna da placenta, rica em tecido colágeno e possui propriedades anti-inflamatórias, antimicrobianas e baixa antigenicidade.
Até o momento, há diversos estudos em animais com resultados promissores do uso de células-tronco, membrana amniótica ou plasma rico em plaquetas no tratamento de inflamações crônicas como as tendinites ou as lesões de cartilagem articular.
Porém, em humanos, os estudos são conflitantes, e ainda não demonstram resultados favoráveis ou superiores às terapias placebo.
Também não há padronização a respeito das doses necessárias destas substâncias em humanos, número de aplicações ou meios de cultivo e armazenamento.
Desta maneira, o Conselho Federal de Medicina considera estas terapias como experimentais, somente podendo ser utilizadas em estudos clínicos aprovados pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CEP/Conep), não podendo serem anunciadas nem comercializadas, uma vez que não foi possível ainda estabelecer seu grau de utilidade e pela grande variedade de resultados finais.
A própria Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) também proíbe a distribuição ou propaganda de tais métodos, o que também está previsto como proibição pela própria Carta Magna Brasileira.
De forma semelhante, na Europa e nos Estados Unidos da América ainda não há consenso sobre a utilização destas terapias nem sobre o seu preparo.
Portanto, tratar o uso de células-tronco, plasma rico em plaquetas ou membrana amniótica como alternativas de tratamento constitui-se em infração ao Código de Ética Médica e passível de punições como tal, apesar de se mostrarem possibilidades promissoras de tratamento e continuarem a serem extensivamente estudadas.

Dra Rosangela Alquieri Fedato Develis é médica pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, especialista em Ortopedia e Traumatologista pelo Hospital de Clínicas / Universidade Federal do Paraná e Mestre em Ciências da Saúde/Engenharia e reparo tecidual pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

Referências
Fedato RA, Francisco JC, Sliva G, Noronha L, Olandoski M, Faria-Neto JR, Ferreira PE, Simeoni RB, Abdelwahid EA, Carvalho KAT, Guarita-souza LC. Stem Cells and Platelet-Rich Plasma enhance the healing processo of tendinitis in mice. Stem Cells International. Jun. 2019.
Código de Ética Médica – Artigo 18

Dra Rosangela Alquieri Fedato Develis
Ortopedista | CRM: 27580/PR

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